Viciemo-nos, então, nos LIVROS e tornemo-nos mais livres!
DOI:
https://doi.org/10.25770/artc.27179Palavras-chave:
biblioteca, internet, memória, magia, musaResumo
Sempre que abrimos um livro partilhamos de imediato as suas vozes, reescrevemos os vislumbres da nossa existência, tornando-nos (co)autores participantes de uma infindável cadeia de espaços, experimentos e viagens. Sempre que descerramos um livro percorremos locais reais e imaginários, mesclamos vozes, línguas, vivências, somos (in)conscientemente leitores e autores parciários de todas as eras, pois todos nós somos resultado de memórias que se integram numa cultura que dialoga com outras culturas, épocas e tradições.
Destarte, os livros permitem de forma real ou virtual resgatar o homem da sua temporalidade. Os livros são as nossas vozes internas, as lembranças criativas da nossa humana inquietude! A fruição das palavras e imagens neles inscritas geram em nós o desassossego, provocam impressões e alvoroços que nos ligam ao passado, a outras linguagens feitas de muitas reminiscências. Os livros são ‘casas de terapia’, ‘um encontro experiencial, inquieto e intenso com a Arte, connosco próprios e com os outros’.
Como potenciadores do imaginário, os livros impelem para o ócio e para o anseio de ‘partir à descoberta’ de lugares potenciadores de transformações pessoais, de analisar espiritualmente ou in loco a comensuração efetiva e real de espaços e épocas.
Irene Vallejo Moreu em O infinito num junco mostra-nos que ‘os livros superaram as provas dos tempos, demonstraram ser corredores de longas distâncias’ apesar das ‘revoluções ou do pesadelo das nossas [inquietantes] catástrofes’. Os livros contam as nossas histórias, mantêm vivas as nossas ideias e projetam sonhos futuros, outros livros e muitas mais estórias ainda a haver. Cada um de nós é um livro simplesmente único.
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